Por Sergiano Reis
“Adúlteros, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tg 4:4)
Todos aqueles que procuram ser fiéis no relacionamento com Deus precisam ler e meditar nas palavras que o apóstolo Tiago mencionou. Urge uma decisão sincera para que não nos achemos combatendo contra o Criador. A igreja não pode ser amiga do mundo[1].
Uma igreja que não compactua com o mundo paga o preço. Nos relatos de Atos dos Apóstolos observamos como a igreja primitiva sofreu perseguição por parte seus opositores.No entanto, em meio as provações, podemos ver uma igreja pujante que não deixou de crescer e fazer a Obra de Deus. O sangue que caia dos santos se tornava semente de mais almas para o Reino de Deus.A senda, caminho estreito, que trilhamos nos faz passar por momentos ruins, entretanto, mais na frente colheremos frutos excelentes, se assim permacenemos fiéis.
Partindo destes exemplos reais, precisamos fazer reflexões profundas sobre como temos enfrentado esse sofrimento por amor ao Evangelho. Será que está produzindo um efeito positivo como na igreja primitiva ou já nos levou a abandonar a fé a ponto de chegarmos a dizer: “Não quero mais, eu desisto!”.
“Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa”(Mateus 5.11)
Não há como negar o fato de que esse versículo deixa claro como o mundo recepciona o Evangelho. Mas o verdadeiro Evangelho de Cristo. O que é pregado em sua totalidade, sem maquiagem ou emendas e não o evangelho a gosto do freguês.
Vemos hoje em dia o mundo aplaudindo esse evangelho em que a cruz de Cristo é colocado de lado e no seu lugar é colocado o bem-estar do homem. Um evangelho de facilidades, de barganha e outras coisas semelhantes. Esse pseudoevangelho transforma igrejas em clubes, crentes em clientes,Deus em o gênio da lâmpada.
Como é que o mundo vai injuriar quem anda de mãos dada com ele? Como é que o mundo vai perseguir quem não o condena?
Mas a verdadeira Igreja de Cristo que não ama o mundo nem o que no mundo há, é diariamente perseguida. Seu compromisso não é com homens mas com o Deus Todo-Poderoso que a chamou para fazer a diferença. Ela vive como luz do mundo e sal da terra, não se vende não se assenta na roda dos escarnecedores e tampouco faz amizade com este sistema corrompido pelo pecado.
Essa sim é perseguida e injuriada, todavia permanece fiel, alegre em sua vocação. Pois está debaixo da consolação de que “..Bem-aventurados sois vós quando vos inuriarem...por minha causa”
Há muitos inimigos que sutilmente tem ganhado espaço no meio cristão e causado prejuizos a Igreja do Senhor, dentre os quais temos a expansão do relativismo teológico - uma onda maligna que a cada momento vai aumentando e engolindo tudo o que vê pela frente. A inversão de valores onde o mal é chamado de bem e o bem de mal e também o antropocentrismo nas igrejas, esse nem precisamos pormenorizar seus males.
Comungada com estas, ainda existe a filosofia hedonista[2] que facilmente tem conquistado muitos adeptos onde os mesmos casam essas mentiras com seus achismos e constroem seus reinos aqui mesmo neste mundo vil, desprezando assim a única fonte de verdade – A Palavra de Deus.
Quem tem autoridade para denunciar esse erro? A igreja é claro!
“Deus espera que da igreja se desprendam as fragrancias vivas do amor e da santidade, tal como das flores se esparze o odor nas asas da brisa”[3]
Foi a ela que Deus deu seus mais preciosos tesouros e como representante dEle nossa responsabilidade é grande. O Senhor espera de nós. Não de outras instituições da era presente. A igreja é a porta-voz de Deus na terra.
Façamos então nossa parte, denunciemos o pecado e seus males e mostremos aos homens as Boas Novas de salvação.
Não é nada mais do que nossa obrigação.
Notas:
[1] – o mundo.Não o mundo das pessoas (Jo 3.16), nem o mundo criado (Jo 17.24), mas o mundo ou âmbito do pecado...controlado por satanás e organizado contra Deus e a retidão...” – Bíblia de Estudo NVI – Nota em I JO 2.15, p.2151
[2] - hedonismo (do grego hedonê, "prazer", "vontade") é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana
[3] – CONDE, Emílio – Igrejas sem Brilho – Editora CPAD , p.7
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