Subsídio preparado pela equipe de educação da CPAD.
TEXTO ÁUREO
“Mas buscai
primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão
acrescentadas” (Mt 6.33).
INTRODUÇÃO
I. O LIVRO DE AGEU
II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES
III. A EXORTAÇÃO DIVINA
CONCLUSÃO
O FUTURO PROGRAMA DE DEUS PARA O POVO
Robert B. Chisholm, Jr.
Mesmo durante a consequência da derrota de Jerusalém e do exílio da nação,
os profetas de Deus olhavam à frente. Obadias concluiu a sua breve mensagem de
julgamento contra as nações com uma palavra de esperança aos exilados (Ob
17-21). Os exilados voltariam a ocupar a terra e emergiriam supremos sobre os
inimigos. Jerusalém seria purificada e chegaria a ser o centro do governo de
Deus na terra.
Os profetas pós-exílicos asseguraram aos que voltaram do exílio que Deus
tinha grandes planos para a nação. Ageu focalizou a atenção do povo no templo.
O trabalho no templo fora suspenso devido à apatia e oposição. Mesmo depois
quando o projeto foi retomado muitos consideraram que a estrutura construtiva
não era nada em comparação ao glorioso templo salomônico dos tempos
pré-exílicos (cf. Ag 2.3; Zc 4.10). Não obstante, Ageu predisse ousadamente que
as riquezas das nações acabariam fluindo para o templo e que a sua glória
ultrapassaria a do templo de Salomão (Ag 2.7-9).
Dois importantes problemas interpretativos surgem em relação a Ageu 2.7-9. O
primeiro problema diz respeito ao referente de “o Desejado de todas as nações”
(Ag 2.7). Certos estudiosos o interpretam como título messiânico, embora o
contexto imediato (v.8), como também textos paralelos (cf. Is 60.5-9; Zc
14.14), indiquem fortemente que a referência seja a homenagem das nações. Em
hebraico, o verbo “virá” está no plural, dando a entender que o “Desejado” (hemdat [singular]) seja reindicado como
plural (hamudot), “coisas
desejáveis”.
O segundo problema é pertinente ao cumprimento de Ag 2.9. Há intérpretes que
entendem que esta profecia se cumpriu quando Herodes ampliou o templo ou com a
presença física de Jesus no templo, enquanto esteve na terra durante o primeiro
advento. O contexto, porém, une a glorificação do templo com a subjugação dos
gentios, ocorrência que nunca aconteceu antes da destruição do segundo templo
em 70 d. C. Ao que parece, esta profecia se cumprirá junto com um templo
futuro. Como explicar então a declaração de Ageu: “A glória desta última casa será maior do que a da
primeira”? (Grifo do autor) A chave para responder a pergunta pode estar em
Ageu 2.3, onde o segundo templo é identificado com o templo de Salomão (cf.
“esta casa na sua primeira glória”). Da mesma maneira, o versículo 9 pode
associar o futuro templo, apesar das muitas formas históricas que teve. Ao
associar a glória futura do templo com a construção feita nos dias de Ageu,
Deus assegurou ao povo que os esforços, ainda que talvez insignificantes aos
olhos deles, seriam eventualmente recompensados. Deus habitaria novamente entre
o povo e o esplendor do lugar da sua habitação excederia qualquer coisa que
Israel já tinha experimentado. Uma era ainda muito mais grandiosa que a de
Salomão estava por vir.
Ageu também previu uma restauração futura da dinastia davídica. Embora o
povo de Deus estivesse sob o domínio de um estrangeiro e Zorobabel, descendente
da linhagem real de Davi, fosse mero governador, as estruturas políticas
poderiam mudar e mudariam. Deus derrotaria os reis da terra (Ag 2.21,22) e
elevaria o trono davídico à notabilidade (v.23). Chamando Zorobabel de “servo”
e dizendo que ele era escolhido, Deus lhe deu o mesmo status que Davi desfrutava (cf. 2 Sm 3.18; 6.21; 7.5,8,26; 1 Rs
8.16). A comparação com um “anel de selar” indica posição de autoridade e
reverte o julgamento pronunciado a Joaquim, avô de Zorobabel (cf. Jr 22.24-30).
As palavras de Ageu 2.21-23, embora faladas diretamente a Zorobabel, não se
cumpriram nos dias do profeta. Como explicar este aparente fracasso da profecia
de Ageu? Zorobabel, descendente de Davi e governador de Judá, era o representante
oficial da dinastia davídica na comunidade pós-exílica daquela época. Nesse
caso, a profecia da exaltação futura do trono davídico estava ligada à sua
pessoa. Quanto o templo (cf. Ag 2.6-9), Ageu relacionou uma realidade
escatológica com uma entidade histórica tangível para assegurar aos seus
contemporâneos que Deus tinha grandes planos para o povo. Zorobabel era, por
assim dizer, a garantia visível de um futuro glorioso para a casa de Davi. Nos
dias de Ageu, alguns israelitas até poderiam ter cogitado esperanças
messiânicas para Zorobabel. No processo da revelação e da história, Jesus
Cristo cumpre a profecia de Ageu.
Texto extraído da
obra “Teologia do Antigo Testamento”,
editada pela CPAD.
Ps: Quem precisar do gabarito é só enviar um e-mail para filhocon@yahoo.com.br, que passaremos as respostas!
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